A IGREJA

R. Jose Virgilio da Silva, 392 Vila Jundiai - Mogi das Cruzes - SP

domingo, 8 de junho de 2025

INFORMATIVO Nº 269 - JUNHO DE 2025

 

Palestra – Junho/25 – Haruki Ishii

Bom dia/Boa tarde a todos!

 

Sou o Haruki Ishii, tenho 28 anos e moro em Mogi.

Hoje, quero compartilhar uma reflexão sobre gratidão e satisfação sincera. Em tempos tão corridos como os nossos, sinto que muitas vezes é difícil realmente sentir essa satisfação genuína. Uma experiência que vivi em 2022 me fez refletir profundamente sobre isso.

Em 8 de dezembro de 2022, estava trabalhando até tarde quando, de repente, senti uma dor muito forte na parte inferior direita da barriga. No começo, achei que era apenas dor de estômago ou fome. Tentei ir ao banheiro, mas a dor não passava de jeito nenhum. Avisei meus pais, que logo me levaram ao hospital. Chegando lá, mal conseguia ficar em pé. Fiz uma tomografia e descobri: era apendicite. Fui internado na hora, mas o cirurgião não estava disponível, então a cirurgia ficou para o dia seguinte.

Naquela época, a Copa do Mundo do Catar estava a todo vapor, e justamente naquele dia, era o jogo das quartas de final entre Brasil e Croácia. Eu, com um pensamento um tanto bobo, pensei: "Nossa, e se o cirurgião for fanático por futebol e o Brasil perder?". A cirurgia estava marcada para as 14h, e o jogo era às 12h. O jogo terminou em 1x1 e foi para os pênaltis... e o Brasil perdeu. Meus pensamentos voltaram com força: "Se o cirurgião for fanático por futebol, eu morro hoje!". A cirurgia, que era para ser às 14h, foi adiada. Pensei que "era para o cirurgião dar uma espairecida do jogo, né?". Só fui para a sala de cirurgia por volta das 18h.

O que deveria ser uma cirurgia de, no máximo, meia hora, levou o triplo do tempo: uma hora e meia. Minha mãe, que estava de acompanhante, já estava quase indo atrás para saber o que estava acontecendo, mas finalmente, por volta das 20h, voltei para o quarto. Depois da cirurgia, fiquei sabendo que o cirurgião realmente estava muito decepcionado com o jogo (brincadeira, risos). O motivo da demora foi que o apêndice – aquela pequena bolsinha solta no início do intestino grosso que inflama na apendicite – no meu caso, estava grudado no intestino grosso. Qualquer movimento errado durante a cirurgia poderia ter atingido o intestino, causando hemorragias e complicações sérias, que demandariam uma limpeza muito trabalhosa. Mas, graças a Deus, não houve nenhuma complicação.

Tive uma recuperação um pouco dolorosa, mas graças a minha família, tudo foi mais leve. Detalhe que quando voltei para casa, o pessoal de casa estava com COVID, onde acabei ficando isolado das outras pessoas para não me infectar. Fui me recuperando gradativamente e logo no mês seguinte eu pude participar como staff do Gakuseikai. Senti realmente a gratidão de poder estar participando do evento sem nenhum contratempo.

Creio que a satisfação sincera está em cada ação que fazemos no dia a dia. seja acordar, seja poder comer, andar, falar. Claro que sentir isso nas ações básicas que fazemos é um pouco difícil, por ser óbvio demais para nós. Se trabalharmos a gratidão de pouco em pouco, eu acho que é possível sim sentirmos essa gratidão sincera. 

Muito obrigado!

Agradeço a todos pela presença na Cerimônia Mensal de Junho.

Eu gostaria de deixar algumas informações.

70ª Assembleia Geral do Fujunkai: Será realizado no dia 7 de junho, sábado. Na oportunidade, também será realizada a cerimônia de posse da 4ª Diretora-presidente. Está reservado um ônibus para sair do SP Tenri Kaikan, dia 5 (qui), às 21hs. Solicita-se convidar o maior número de associadas.

Reunião das bandas Koteki: Será realizado nos dias 19~21 de junho, na Igreja Paulista, visando o regresso a Jiba, em julho de 2026.

Hinokishin da lagoa de carpas: Dias 6 e 7 de junho.

No dia 22 de junho teremos o Bazar da Pechincha: Se tiverem algo que não tenha mais uso em suas residências, e se puderem doar, estamos aceitando doações. Pode ser algo quebrado também, que tentaremos consertar.

No dia 29 de junho, teremos o Encontro de todos os Yoboku: aberto para todos que não são Yoboku também. será nesta Igreja, no período da manhã. Com a reunião a partir das 8.15h.

No mês de julho teremos o 128º. Shuyokai do Brasil (1º~28 de julho). E como eu estarei como responsável de classe por 28 dias, para a Cerimônia Mensal de julho, gostaria de contar com a colaboração de todos no sentido de fazer os preparos desde a compra e o preparo da oferenda no dia anterior. E também vindo cedo para a realização da Cerimônia de julho. Conto com a colaboração de todos.

253º. Curso de Doutrina (14~18 de julho)

Assembleia Geral do Seinenkai (12 de julho): Contará com a participação de 7 integrantes da Associação dos Moços de Nova York (EUA). E quem quiser participar da caravana de missionamento, ainda há vagas.

Para as pessoas que fizerem a reverência na Sede Dendotyo, solicita se a colaboração na limpeza dos alojamentos e banheiros.

Encontro dos brasileiros:
No dia 2 de novembro/2025, domingo, está sendo analisada a possibilidade de realizar um encontro de fiéis na Terra Parental.
Aproveitando a oportunidade, será solicitada sala de besseki em português ao vivo e, também, sala em português do curso básico da Tenrikyo, para iniciantes que queiram conhecer os ensinamentos.

Calendário das caravanas de regresso a Jiba em 2026:
Foi discutido e pré-aprovado em conjunto com o Departamento de Missões Exteriores.
Ida (data da chegada no aeroporto de Kansai):
17 e 21/jan; 8, 14, 15 e 23/abr; 23/jun; 2, 8 e 14/jul; 14 e 23/out.
Volta (data da partida do aeroporto de Kansai):
29/jan; 4/fev; 30/abr; 7 e 14/mai; 29 e 31/jul; 3/ago; 28/out; 2/nov.

Cursos em Oyassato (2026):
- Habilitação para Kyoto (Mestre do caminho): Classe português: 27/abr~11/mai; 27/jun~11/jul; e, com tradução simultânea, 27/set~11/out.

Obs. A princípio, não haverá classe em português com início em 27 de janeiro; porém caso haja mais de 10 pretendentes, poderá ser solicitada a abertura de uma classe.

- Habilitação para condutor de igreja: Classe em português, 27/out~16/nov (exame dia 17/nov).

- Seminário de Oyassato: A partir deste ano será necessário contratar seguro saúde de viagem.

- TLI - Curso de língua japonesa: Requisito para habilitação: nível de proficiência 5 ou aprovação na prova on-line aplicada pelo TLI. Pode prestar quantas vezes quiser. Teve início a distribuição do formulário de inscrição. Prazo para pretendentes é a cerimônia mensal de julho do Dendotyo.

- Alteração do valor da taxa de traslado do Kaikaibu até o aeroporto de Osaka: ¥2000. Crianças de 6 até 12 anos ¥1000, até 5 anos não pagam.

- Culto de 50 anos de retornamento da revª. Chiyo Otake: Dia 8 de agosto de 2026, 19h.

- Kodomo Ojiba Gaeri 2025 (Shonenkai): Corpo de Hinokishin Internacional do Regresso das Crianças a Jiba, apenas participantes com idade entre 12 e 14 anos.

INFORMATIVO Nº 268 - MAIO DE 2025

 

Hinokishin no laguinho do Dendotyo

A Importância da Empatia 

Boa tarde a todos! 

Hoje, eu quero falar sobre um tema que considero fundamental para a vida de todos e para o crescimento das nossas comunidades: a empatia. Nas igrejas, muitas vezes nos reunimos com o objetivo de adorar, aprender e servir. No entanto, é crucial que façamos isso com corações abertos e dispostos a entender e apoiar uns aos outros. A empatia não é apenas uma virtude, é uma prática que pode transformar nossas relações e nosso testemunho como seguidores. 

1. O que é Empatia?

Empatia é a capacidade de se colocar no lugar do outro, de entender seus sentimentos e perspectivas. É diferente da simpatia, que é sentir pena de alguém sem necessariamente entender sua experiência. A empatia nos permite conectar de forma genuína com os outros, criando laços mais fortes e significativos.

2. A Importância da Empatia 

A empatia é vital nas igrejas por várias razões:

- Construção de Relacionamentos Saudáveis: A empatia ajuda a criar um ambiente onde as pessoas se sentem valorizadas e compreendidas. Isso fortalece os laços dentro da comunidade e promove um senso de pertencimento.

- Resolução de Conflitos: Quando praticamos a empatia, estamos mais preparados para lidar com conflitos de forma construtiva. Entender a perspectiva do outro pode ajudar a encontrar soluções pacíficas e quando as pessoas veem que nos importamos genuinamente com os outros, isso pode atrair mais pessoas para a fé.

- Ouvir Atentamente: Reserve tempo para ouvir os outros sem interromper ou julgar. Às vezes, as pessoas precisam apenas serem ouvidas.

- Se Colocar no Lugar do Outro: Tente entender as emoções e experiências dos outros. Pergunte a si mesmo: "Como eu me sentiria se estivesse no lugar dessa pessoa?"

- Apoiar e Ajudar: Ofereça apoio prático e espiritual. Às vezes, um simples gesto de bondade pode fazer uma grande diferença na vida de alguém.

- Cultivar a Paciência e a Compreensão: Reconheça que todos têm suas lutas e desafios. Seja paciente e compreensivo, especialmente em momentos de dificuldade. 

Eu tive uma experiência faz 3 anos que estou no seinenkai do Brasil. Nisto tive que ser  responsável por varias atividades com jovens e pessoas mais velhas. 

E cada pessoal tem um jeito de lidar, com as pessoas velhas somos mais formal, com os mais novos é mais difícil lidar.

Porque cada um tem seu tempo de fazer as coisas eu não entedia muito isso no começo e ficava muito nervoso e bravo, e reclamava pensando: "bando de preguiçoso". Mas no entanto eles pensavam mesma coisa coisa de mim porque eu só mandava , não via o que eu fazia longe do olhar deles, até certo dia um dos participantes veio conversar comigo, ele comentou: "nossa não sabia que você tinha que fazer esse outros serviços". Dai o importante é você fazer de coração e o que os outros pensam não importa mais para Deus que estamos fazendo.

A empatia é um dom precioso que podemos oferecer uns aos outros. Ao praticar a empatia, não apenas fortalecemos nossas comunidades, mas também refletimos o nosso amor  por Deus dessa maneira poderosa. 

Vamos nos esforçar para ser mais empáticos, ouvindo, compreendendo e apoiando uns aos outros. Que possamos ser pessoas que não apenas fala sobre o amor, mas que vive e demonstra o amor em cada interação.

Se conseguimos que cada um de nós reflita sobre como podemos praticar mais empatia em sua vida diária, seja na igreja, no trabalho ou em casa, lembre-se de que cada pessoa que você encontra está lutando suas próprias batalhas. Vamos juntos construir uma comunidade de amor, compreensão e apoio, refletindo a graça de Deus em nossas vidas. 

Obrigado!


Visita do Professor de Koteki, Jiro Massuda, que nos ensinou há 43 anos atrás

Visita do Professor de Koteki, Jiro Massuda, que nos ensinou há 43 anos atrás


sexta-feira, 2 de maio de 2025

INFORMATIVO Nº 267 - ABRIL DE 2025

 

Concurso de Bandas Koteki realizado na Sede Missionária - Dendotyo

Bom dia a todos, meu nome é Yuhta e queria falar um pouco sobre como aprendi a lidar com a raiva.

Tem um homem que se chama Bruce Banner, mas também é conhecido como Hulk. Aquele verdão, grande.

Quando eu era novo, assistindo ao filme “Os Vingadores”, ele contou que, pra se tornar o Hulk, ele precisava estar sob grande estresse e sentir raiva.

“Nossa, interessante né?”

Chegando perto do fim do filme, no meio de uma grande luta contra seres extraterrestres, o Capitão América diz pro Bruce:

“Ei Bruce, acho que agora é uma boa hora pra ficar com raiva.”

E o Bruce responde:

“Esse é meu segredo, Capitão. Eu estou sempre com raiva.”

E se transforma no Hulk, pronto pra guerra.

Essa frase me marcou na época. Não sei por quê, mas marcou. Depois de um tempo, percebi que era porque ela me representava. Eu tinha muita raiva no coração. Qualquer coisa me irritava. Engraçado né, parece que tem muita gente assim hoje em dia. Perto de explodir.

Em 2016, eu estava fazendo Shuyoka no Japão, com outros brasileiros do Brasil inteiro. Um dia, no almoço, uma senhora do nosso curso se ofereceu pra comprar um sorvete pra mim, daquelas maquininhas de rua.

Recusei de começo:

“Ah, não, obrigado.”

Ela ofereceu de novo — como todos fariam, né?

Mas eu não gostei. Recusei com um tom mais ríspido, meio duro... e saí batendo os pés.

Chegando no alojamento, fiquei refletindo, arrependido.

"Por que eu fiz aquilo?", mas não tinha uma resposta clara.

No dia seguinte, o climão estava no ar. Quis me desculpar no almoço. Então me ofereci pra comprar um sorvete pra ela. Ela aceitou na hora, sem pensar. Comprei, entreguei e pedi desculpas.

Depois, uma outra moça me disse:

“Nunca conseguiria ter feito o que você fez.”

Fiquei confuso: fazer o quê?

Ela tava falando sobre pedir desculpas.

Hoje em dia tem sido dificil ver pessoas pedindo desculpas também. Às vezes, a raiva nos deixa cegos. A gente se sente certo, e isso vira orgulho. E o orgulho vai virando uma bola de neve no coração — a gente se torna uma pessoa dura, difícil de conversar, difícil de ouvir.

Quando fico com raiva, estressado, ansioso… meu corpo reage. Sinto uns músculos do olho tremendo, às vezes é um músculo da mão. E aí lembro de um episódio da vida de Oyassama, o episódio 179, que é assim:

“Certa ocasião, Ie Murata começou a sentir palpitações.

Sem saber o que fazer, consultou Oyassama, que lhe explicou:

‘As palpitações significam que Deus está sorrindo e dizendo:

Você não entende o meu coração.’”

Quando li isso pela primeira vez, buguei. Como assim Deus tá sorrindo enquanto a pessoa tá sofrendo? Mas aí parei pra pensar. Imagine uma criancinha brincando com aqueles brinquedos de encaixar as formas nos buracos. Círculo no círculo, triângulo no triângulo, etc. E vemos a criança pegar a peça triângulo e tenta encaixar no buraco com o formato de círculo. Nós damos uma risadinha por achar bonitinho a criança aprendendo. 

Também aprendi que é impossível não sentir raiva. O importante é o que a gente faz com ela, como vamos lidar com a raiva. A gente age como se o outro tivesse causado a nossa raiva. Aí desconta no outro: fala coisas pra ferir, tem atitudes de desrespeito, faz gestos obscenos.

É como se a gente dissesse:

“Vem cá, sente raiva também. Olha como é ruim.”

Tem uma frase famosa que me faz pensar muito:

“Se você pede pra Deus paciência, Deus vai te dar paciência … ou a oportunidade de ser paciente?”

“Se você pede pra Deus coragem, Deus vai te dar coragem … ou a oportunidade de ser corajoso?”

Então, como eu tinha muita raiva … Acredito que Deus me deu muitas oportunidades de aprender a lidar com ela. Não foi da noite pro dia. Ainda não é fácil. Mas hoje, quando a raiva aparece, tento parar, respirar e deixar passar, sem alimentar ela.

Obrigado por me ouvirem.



Concurso de Bandas de Koteki no Dendotyo

Concurso de Bandas de Koteki no Dendotyo

Preparativos para Comemoração ao Aniversário de Oyassama

Distribuição de balas em Comemoração ao Aniversário de Oyassama

Preparando as balas para a Distribuição 


sábado, 19 de abril de 2025

INFORMATIVO Nº 266 - MARÇO DE 2025

 


Boa tarde a Todos,

Hoje fui escalado para falar algumas palavras de reflexão para todos vocês. Gostaria de contar com a atenção de todos por alguns minutos.

Primeiramente gostaria de agradecer ao condutor da igreja que me deu essa oportunidade, essa CHANCE, de poder dividir com vocês o que eu, ou melhor, o que minha família passa no dia-a-dia.

Não sei se vocês sabem, mas eu sou CANHOTO. Aqui tem algum canhoto? Vou dizer de novo, EU SOU CANHOTO.

Muitos de vocês devem estar pensando, “E daí que você é canhoto”. E é isso que é legal!!!

Isso significa que o CANHOTO não significa nada na vida de vocês. Eu simplesmente aceito e acabou. Então, isso significa que o CANHOTO está incluso no mundo dos DESTROS que são 90% da população. Perceberam o que eu quis dizer?

Hoje em dia tanto faz se a pessoa é destra ou canhota. Todos vivem em harmonia.

Mas, nem sempre foi assim... em torno de 1.665 (mais ou menos a 360 anos atrás), existiu um preconceito cultural, social e religioso contra os canhotos.

Tudo ligado a esquerda era ligado a algo ruim. Pois, diziam que a direita era o de Deus e a esquerda do Diabo. Além disso, em várias línguas a esquerda sempre teve conotação negativa como: o Mal, incorreto, maldoso, mentiroso, doente, entre outros.

Então o que acontecia com os canhotos, eles eram queimados porque os canhotos eram do mal.

E hoje convivemos uns com outros como se nada disso tivesse acontecido.

De uns tempos para cá tenho falado muito sobre inclusão em diversos lugares. Já falei sobre inclusão na Sede Missionária em Bauru, Dendotyo, e já falei sobre inclusão no Tenri Cast e já falei sobre inclusão até no Japão no Regresso das Crianças em Jiba. E agora estou tendo a CHANCE de falar sobre inclusão aqui nessa igreja.

Tomei esse assunto de INCLUSÃO como minha missão de vida para tentar facilitar a vida do meu filho como muitos antepassados devem ter feito para facilitar a minha vida de canhoto nos dias de hoje.

Deus tem falado de inclusão desde o momento da criação da humanidade.

Deus criou o desafio da inclusão a partir do momento que criou o homem e a mulher. Imaginem, são dois serem totalmente diferentes e eles precisavam se dar bem.

A partir daí Deus criou o desafio das cores das pessoas, depois criou os destros e canhotos, depois criou os deficientes físicos, cegos, surdos, down, LGBTQIA+, TDAH, Autistas e assim por diante.

Desde que tive a CHANCE de falar sobre a inclusão dos autistas para as pessoas, muita coisa mudou, as pessoas ao redor dos meus filhos mudaram de atitude e a forma de enxerga-los. 

Mas, existe um outro lado que as pessoas não enxergam. Esse lado é o lado dos pais que estão com essas crianças quase não tem apoio das pessoas.

Nós pais de autistas na verdade estamos adoecidos mentalmente, fisicamente e emocionalmente. As vezes o sorriso que vocês enxergam na gente, as vezes é somente para socialmente sejamos inclusos, mas nem sempre estamos bem.

A verdade é que nós pais de autistas temos o mesmo nível de estresse de um soldado em combate na guerra.

Esse teste foi publicado por um jornalista norte americano da universidade da Califórnia que estudou várias famílias com crianças autistas e não autistas.

Pois de acordo com a pesquisa, pais que convivem com o autismo dos filhos empenham por dia duas horas a mais com cuidados do que as mães de crianças sem o transtorno, e ao longo do dia, eles também apresentaram duas vezes mais probabilidade de estarem cansadas e três vezes mais chances de passarem por um evento estressante.

Isso porque todos os pais de autistas precisam estar em:

- Alerta para interpretar o filho sem que haja necessariamente uma emissão verbal;

- Alerta para evitar possíveis crises ou lidar com elas;

- Alerta para uma seletividade alimentar e necessidade nutricional do filho;

- Alerta para compreender alguma dor ou incômodo, já que eles têm dificuldade de comunicar;

- Alerta para o resultado das terapias, além da logística;

- Alerta para o treino de toalete, para ver se vai conseguir desfraldar;

- Alerta para bombardeios sensoriais em lugares públicos;

- Alerta para as regras sociais, como não tirar a roupa em público ou pegar a batata da mesa ao lado quando estão com fome.

- E principalmente, alerta à FALTA de noção de perigo como sair correndo pela rua, pois existe um alto índice de mortalidade de crianças autistas por atropelamento, afogamentos e acidentes domésticos.

Então, tudo isso acaba nos desgastando mentalmente, fisicamente e emocionalmente. E, como todos sabem, todo esse estresse, mal humor, nervoso que passamos reflete em nossas crianças. 

Se estamos nervosos, eles também ficam nervosos. Se estamos tristes eles também ficam tristes.

Dessa maneira os meus filhos entram em crise e não sabemos o que pode acontecer.

E por causa de uma dessas crises, perdemos a escola do mais velho.

Era uma manhã como outra na qual levantamos, preparamos os nossos filhos para escola e nos preparamos para sair. Mas, tinha um fator que culminou de o dia ficar bem ruim. O atraso no horário para realizar toda essa tarefa.

Naquele dia estávamos todos num nervosismo só. (Contar a história da escola)

Desde então as pessoas da escola começaram a ter medo do meu filho a ponto que não quererem chegar perto dele. Os olhares eram frios. E por mais que dê a impressão que o meu filho pareça que não perceba isso, ele sente isso na pele.

Então não tínhamos mais clima para ficar naquela escola, para nós pais também era muito doloroso ver tudo isso. Não tínhamos mais vontade de ir para aquela escola.

Então resolvemos tirá-lo da escola.

Ás vezes, erramos e somos crucificados por esse erro sem termos a chance de demonstrarmos que na verdade somos melhor que aquilo que aconteceu.

Muitos não dão a chance de nos redimirmos para consertar nossos erros.

Para mim é difícil de falar isso, mas também já tive vontade de não vir mais aqui na igreja. Já senti várias vezes olhares de medo, pessoas fugindo ou desviando para não dar de encontro com meu filho.

Isso, fazia muito mal para nós. Pensei diversas vezes em não vir mais para cá.

Mas, diferente de mim, os meus filhos sempre diziam que queriam vir para cá.

Então eles me deram a chance de ser uma pessoa melhor, me deu a chance de mudar meu pensamento em relação a essas pessoas.

Quantas chances vocês estão dando para as pessoas serem melhor do que hoje.

Hoje gostaria de pedir para todos vocês que se um dia eu errei com alguém, me dê mais uma chance de demostrar o contrário do que eu fiz.

Dê uma chance dos meus filhos também demostrarem que eles não são só o erro que eles cometeram com alguém daqui.

As chances que são dadas fazem toda diferença para as pessoas. Pois, essas chances podem salvar vidas de muitas pessoas.

Quantas chances vocês estão dando para as pessoas serem melhores?

Essas eram as minhas palavras que eu queria dividir com vocês hoje.

Muito obrigado pela atenção.



Divulgação nos arredores da Igreja Guaimbê


sexta-feira, 28 de fevereiro de 2025

Palavras do Fiel Rodrigo Ventura sobre o Curso Estudantil realizado na Sede Missionária

 



Bom dia! Como fui apresentado, meu nome é Rodrigo.

Quem me conhece sabe que não sou muito fã de falar em público, quando eu era mais jovem tinha vergonha de dar tchau para as pessoas então ficava bastante tempo na igreja. Peço desculpas e um pouco da atenção de vocês.

Há alguns anos, faço parte da comissão de encarregados do Curso Estudantil, realizado anualmente na Sede Missionária em Bauru. Este curso é voltado para jovens entre 15 e 20 anos, e o nosso objetivo é transmitir ensinamentos de uma maneira que se conecte diretamente com essa faixa etária.

O curso é dividido em três módulos:

  1. Despertar na fé,
  2. Aprofundar na fé,
  3. Praticar a fé.

Esses módulos são trabalhados por meio de palestras, reflexões, debates e dinâmicas. Neste ano, fui encarregado do módulo 2, cujo objetivo é aprofundar a fé e neste ano destacamos a importância do Serviço Sagrado e a prática da fé no dia a dia.

Queríamos transmitir aos jovens que o desejo de Deus é que vivamos uma vida plena de alegria e felicidade. E Ele nos ensina, através de Oyassama, que o Serviço Sagrado é o caminho para alcançar esse objetivo.

Quando realizamos o Serviço Sagrado, estamos em comunicação direta com Deus, agradecendo pelas providências recebidas e pedindo auxílio. Esse ensinamento é algo que procuramos passar durante o curso, integrando-o às aulas e práticas diárias.

Um episódio marcante ocorreu enquanto os jovens estavam em aula de instrumento sagrado. Estávamos em uma reunião com os orientadores e coordenadores para avaliar o andamento do dia e resolver possíveis dificuldades. Em determinado momento, um dos coordenadores soube que uma orientadora estava com dor de cabeça e perguntou se ela gostaria de receber o Sazuke. Ela concordou, mas o coordenador, por não ter ainda o dom do Sazuke, perguntou se alguém poderia ministrar o Sazuke. Foi um momento engraçado, mas também nos fez refletir sobre como, às vezes, nos esquecemos de ministrar o Sazuke no cotidiano, e que deveríamos transmitir para os cursistas a importância do Sazuke e do Serviço de solicitação.

Relembrando um episódio de 2006, logo após receber a permissão para realizar o Sazuke, estava fazendo o curso Kentei Koshu, na sede, em Jiba. Durante o curso, recebi uma mensagem do Douglas, informando que meu irmão havia caído de moto e precisaria ser operado. Na época, não tínhamos smartphones, apenas SMS, e a rede social era o Orkut. Fiquei bastante preocupado, mas, ao chegar no alojamento, encontrei uma forma de me comunicar com meus familiares. A situação me deixou angustiado, e, naquele momento, o responsável me perguntou o que eu gostaria de fazer. Como havia acabado de receber a permissão do Sazuke, disse que gostaria de estar perto, no Brasil para poder ministrar o Sazuke. Ele me lembrou que estávamos perto de Deus em Jiba e que, por isso, não precisávamos de mais nada. Fomos todos juntos ao recinto de reverência em frente ao Karondai (Pedestal do néctar) realizar o Serviço de solicitação.

No dia seguinte, recebi a confirmação de que meu irmão estava bem, o que me deu muita tranquilidade. Esta experiência me ensinou a importância de confiar no Serviço de solicitação, pois, através dele, encontramos respostas e proteção divina.

Outro momento importante aconteceu durante o curso deste ano, quando uma menina da equipe passou mal na última noite, logo após o lanche da noite. Ela teve uma convulsão e deixou todos assustados com a situação. Pedimos para que os cursistas fossem se recolher     

Muitos dos jovens, ao presenciarem este fato, uns em frente ao recinto, outros no corredor do alojamento começaram a realizar o Serviço de solicitação para que ela ficasse bem.

Isso nos trouxe uma sensação de que estávamos realmente conseguindo transmitir o objetivo do curso.

Para concluir, a fé vai além das palavras e momentos específicos. Ela se manifesta em nossas ações diárias, no cuidado com o próximo e no Serviço sagrado. Cada gesto de dedicação fortalece nossa conexão com Deus e impacta a nossa vida e de quem está ao nosso redor.

Obrigado pela atenção e que sigamos firmes na caminhada rumo a uma vida plena de alegria e felicidade.


INFORMATIVO Nº 265 - FEVEREIRO DE 2025

 

Divulgação em Nazaré Paulista

Palavras do condutor na Cerimônia Mensal de fevereiro

Jose Katsumi Ishii

Muito bom dia a todos. 

Estamos terminando com bastante ânimo, a Cerimônia de fevereiro, e neste mês agradecendo a palestra do fiel Rodrigo Ventura. Agradeço a todos pelas dedicações nos cursos que ocorreram no Dendotyo, o Gakuseikai, o Tsudoi, o Koshu o Shuyokai etc. 

E também pela dedicação de todos fazendo das cerimônias da Igreja Tsu Hakuryu um momento de bastante alegria.

 Daqui a exatamente 348 dias, no dia 26 de janeiro de 2026,  será celebrada em Jiba, na terra natal da humanidade, os 140 anos do ocultamento físico de Oyassama. 

Hoje gostaria de comentar o episódio 165, “Comprando Caro”:

No verão de 1885, Zenzo Miyata que se iniciara na fé sensibilizado com os ensinamentos ouvidos na Irmandade Shimmei, regressou a Jiba pouco tempo depois, levado por Seijiro Imagawa e foi apresentado a Oyassama. Na ocasião, estava com 31 anos e tinha um comércio de meias na rua Shiomati, em Semba, Osaka.

Oyassama explanou-lhe ordenadamente excelentes ensinamentos. Entretanto, Zenzo, que se iniciara na fé há pouco tempo, sem ter recebido qualquer graça maravilhosa de problema físico, ouvia no começo fumando um longo pito, como se estivesse escutando uma conversa qualquer. Porém, quando deu conta de si, estava ajoelhado, a cabeça abaixada e com as mãos sobre o tatame, deixando o pito não se sabe quando. Nessa ocasião, ficaram gravadas as seguintes palavras:

“Os comerciantes devem comprar caro e vender barato.”

Zenzo não compreendeu o significado daquelas palavras e pensou: “Se assim fizer, passarei fome. Ela conhece assuntos de lavoura, mas de comércio, não entende nada.” Voltou para casa pensando naquelas palavras.

Despedindo-se de Imagawa que morava na vizinhança, mal entrou em sua casa teve um violento acesso de vômito e diarreia. Chamou imediatamente um médico que o tratou sem resultado. Então, por intermédio de Imagawa, pediu a vinda do responsável Umejiro Izutsu da Irmandade Shimmei. Izutsu aproximou-se de Zenzo e perguntou: “Você não ficou insatisfeito por alguma coisa, regressando pela primeira vez a Jiba?”

Zenzo Miyata confessou que não se convenceu com as palavras de Oyassama. Então, Izutsu explicou-lhe: “O que Deus quis lhe dizer foi que o caminho para o sucesso no comércio é contentar o atacadista comprando mais caro do que os outros, contentar os fregueses vendendo barato e passar satisfeito com estreita margem de lucro.”

Ouvindo-o, Zenzo compreendeu bem e pediu perdão por ter ficado insatisfeito mesmo por pouco tempo. Assim, sem que percebesse, o mal havia desaparecido. Ele recebeu uma graça maravilhosa.

Zenzo Miyata, nasceu em 1855, e se torna segundo condutor da Igreja Ikeda. Dedicou-se de corpo e alma na construção e na constituição da Igreja Ashitsu, sendo também diretor e representante dos fieis. Sobre Seijiro Imagawa foi explicado no episódio 108.

 O episódio 108 é um episódio que eu contei no mês de janeiro nas casas onde realizamos as cerimônias, e tem o título “Vários Caminhos Para Subir”, é o episódio em que Seijiro Imagawa sofria do estômago há muitos anos. Era fervoroso devoto do budismo, e ele mesmo realizava frequentemente uma reza. Embora obtivesse por meio disso a cura dos doentes, o seu mal do estômago não sarava. Certo dia, uma pessoa da proximidade disse: “O senhor, por ser um fervoroso devoto do Buda, talvez não queira ouvir o que vou lhe dizer, mas existe um excelente Deus.” E, ele concordou: “Deixe-me ouvir do que se trata.” Escutou a respeito do Caminho e, com oração de três dias, recebeu a cura completa do mal do estômago que incomodava há 30 anos.

Assim, determinou o espírito de crer unicamente neste Caminho, e regressou a Jiba, onde Oyassama, lhe dirigiu estas ternas palavras:

“Conhece o Monte Fuji? O pico é apenas um, mas existem vários caminhos para subir. Por qualquer caminho que venha é o mesmo.”

Seijiro emocionou-se com o caloroso amor parental.

“Você veio de Osaka?”

Assim perguntando, ela continuou:

“Osaka é uma cidade onde ocorrem muitos incêndios, não? Mesmo que o fogo chegue até aqui, (explicou traçando uma linha com seu próprio dedo) pode acontecer de parar aqui. Isto porque o vento mudará. Mudando o vento o fogo parará.”

Mais tarde, em 1890, quando houve um grande incêndio, as chamas se aproximaram ameaçadoramente do prédio da sua Irmandade. Então, todos os membros realizaram com toda sinceridade o Serviço de Solicitação. E quando a cerca de madeira dos fundos caiu queimada, o vento mudou repentinamente de direção, deixando intacto somente o referido prédio.

Foi então que Seijiro lembrou-se profundamente impressionado das palavras que ouvira de Oyassama.

Acabei recontando este episódio, porque no joranl Tenri de janeiro, há um episódio muitíssimo parecido relatado pela Hiroe Nakamura. Para quem não leu, vou ler resumidamente um trecho…

Certa vez, houve uma queimada na mata próxima ao sítio, que veio se alastrando pelo fundo da propriedade. Imaginado que o pior poderia acontecer, eu e meus filhos fizemos urgentemente o Serviço de Solicitação; paralelamente o meu marido e os funcionários fizeram de tudo para que o fogo não invadisse nossa propreidade. Quando o fogo estava para atingir a estufa de orquidea, o vento mudou de lado e o fogo seguiu em outra direção. 

Quem não leu o jornal, tenham o prazer de ler e sentir as grandes providências de Deus-Parens, que existe em todos os momentos e muitas vezes não enxergamos.

Muito obrigado.


Treino Instrumentos Sagrados na Igreja

Fotos do Tsudoi

Fotos do Tsudoi

Palavras do Fiel Rodrigo Ventura


quarta-feira, 5 de fevereiro de 2025

INFORMATIVO Nº 264 - JANEIRO DE 2025

 

Mitsuru na Igreja Mor

Muito bom dia a todos.

Estamos terminando com bastante ânimo, a Grande Cerimônia de janeiro. Agradeço a todos pelo esforço durante todo o ano fazendo das cerimônias da Igreja Tsu Hakuryu um momento de bastante alegria, momentos de abrir o coração com os seus amigos e também a Oyassama, contando as suas alegrias e também solicitando soluções para os seus problemas.

Daqui a exatamente 386 dias, no dia 26 de janeiro de 2026, será celebrada em Jiba, na terra natal da humanidade, os 140 anos do ocultamento físico de Oyassama.

No manuscrito deixado pelo Shinnosuke, o primeiro Shimbashira, está registrado que
Oyassama disse em 21 de julho de 1886, no ano anterior ao ocultamento, o seguinte:

“As quatro direções ficarão escuras a ponto de não poder distinguir. Nessa ocasião, as mãos do Serviço não devem ser de meio termo. Portanto, treinem os movimentos das mãos.”

Despendendo longos 50 anos, ela concentrou todos os esforços para ensinar a importância da dedicação única à salvação: primeiro o Serviço do
Kanrodai, e depois o dos Doze Hinos. Portanto, é um Serviço extremamente importante cuja execução não se permite um único erro.

Oyassama havia afirmado que, “as almas dos protótipos e instrumentos estão nascidos nesta Residência”, “que Deus-Parens aqui se revelou por ser
Jiba do começo deste mundo, onde criou os homens e o mundo que não existiam” e “que tanto as autoridades com as pessoas comuns, eram todas almas iguais.”

No Japão da época o xintoísmo influenciava todas as tradições e costumes da nação, portanto não se dizia que o imperador tinha a alma igual ao do seu povo. Dizia-se que o imperador possuía uma alma divina. Era um absurdo comparar a alma dos homens com a dos peixes. Numa era em que todos pensavam assim, aqueles que pregavam o ensinamento de
Oyassama estariam infringindo as leis.

Neste impasse do desejo de Oyassama de querer que realizem o Serviço e as leis da época, Shinnosuke finalmente perguntou: “Se nos questionarem sobre esses três princípios, como devemos responder, pois contrariam a lei e o homem não pode desafiar a lei?” Então, seguiu-se a indicação:

“Por existir Tsukihi (Deus-Parens), existe este mundo; por existir o mundo, existe cada uma das coisas; por existir cada uma das coisas, existem os seus corpos; por existirem os seus corpos, existe a lei; embora exista a lei, a determinação espiritual é o mais importante.”

Desta forma, amanheceu o dia 26 de janeiro. Este era o dia em que se executava o Serviço mensal e era sobretudo a sua execução que Oyassama incentivava.

Aglomerava-se uma multidão de fieis que vieram das vilas vizinhas para participar da cerimônia. No entanto, as autoridades estavam atentas e qualquer passo em falso poderia provocar a prisão de
Oyassama, cuja saúde estava crítica.

Como a partir do meio-dia, a saúde de
Oyassama tornou-se mais crítica, o espírito 
deles ficou completamente determinado, e Shinnossuke ordenou: “Que fiquem para executar o Serviço somente aqueles com o espírito decidido a suportar qualquer intervenção policial e disposto a sacrificar a própria vida ao desempenhá-lo.” Decidindo-se, todos vestiram várias roupas de baixo e várias meias, preparados para serem presos a qualquer momento, e começaram a executar o Serviço em altas vozes, acompanhados pelos instrumentos musicais, mais ou menos à uma hora da tarde.

Porém, em confronto com isso,
Oyassama, que ouvia satisfeita o som alegre dos instrumentos musicais, justamente no momento em que terminou o último Hino com o verso Daiku no nin mo soroi kita (os membros de carpinteiros vieram a completar-se), Oyassama deixou o seu corpo tal como se dormisse, mais ou menos às duas horas da tarde, ao mesmo tempo em que terminava o Serviço.

Existe um livro do Segundo Shimbashira, “Hitokoto hanashi”, que está para ser lançado em português com o título “Uma palavra”, que gostaria de compartilhar algumas partes deste livro.

“Quando Oyassama ficava indisposta, ela era examinada pelo médico Katsuji Nishikawa, da Vila Tissahara. Assim, quando as circunstâncias se tornaram ainda mais críticas, foi enviado um mensageiro a essa vila e requisitada a visita deste médico. Após os exames, ao ser perguntado o nome da doença, respondeu que não era outra coisa senão o enfraquecimento devido à idade avançada.”

No dia 16 de dezembro de 1886 do calendário lunar, Oyassama disse:

“Pensam que enfraqueci pela idade ou que estou em dificuldades pela moléstia? Não é moléstia, nem é fraqueza pela idade.”

Acredita-se que tenha dito isso porque, desde antes, o Sr. Katsuji já havia feito este diagnóstico.

Quanto mais este ensinamento se expandia, mais crescia na sociedade a falsa ideia de “obstrução da medicina”. E que os ensinamentos da Tenrikyo estava prejudicando a classe médica. Dessa forma, por volta de 1887, os médicos dos vilarejos próximos de Jiba fizeram uma forte aliança no sentido de não prestar mais seus serviços aos fieis da Tenrikyo e, também, maldosamente, combinaram não emitir atestados de óbito. Para quem descumprisse o acordo, havia até uma penalidade de uma multa.

No entanto, o Sr. Katsuji Nishikawa, contrariando um acordo predefinido, realizou visitas médicas à velha avó de Tenri (Oyassama) e emitiu o atestado de óbito. Não havia como este fato não cair no ouvido dos outros médicos. Que fez com que o Sr. Katsuji fosse intimado a comparecer no conselho de fiscalização médica para ser interrogado.

“Por que violou o acordo? Por que emitiu o atestado de óbito?”

“Basta eu pagar os 20 ienes referentes à penalidade pela violação, não é?”

“O acordo predefinido é esse, mas se está com esse pensamento, gostaríamos que se retirasse da nossa associação.”

Creio que essas questões foram repetidas exaustivamente. No final das contas, para proteger o exercício da sua profissão, acredita-se que o Sr. Katsuji, deixando suas 
convicções de lado, comprometeu-se a cumprir o acordo daquele momento em diante e solicitou que não fosse expulso da associação.

“Se assim for, para demonstrar essa intenção, traga de volta o atestado de óbito emitido”.

Acredita-se que esta foi a decisão tomada naquela oportunidade. Sendo assim, o Sr. Katsuji, mesmo contra a própria vontade, deve ter solicitado de volta o atestado de óbito emitido.

“De nossa parte, observando a preocupação do Sr. Katsuji Nishikawa diante das circunstâncias, devolvemos imediatamente o atestado. No entanto, restou uma grande preocupação pela necessidade de seguir com os trâmites legais junto à administração local.”

O atestado médico foi devolvido para não causar problemas ao Sr. Katsuji, mas sem esse atestado, não era possível solicitar a certidão de óbito à administração local. Assim, todos ficaram preocupados em como solucionar essa situação.

O Sr. Nakano, que na época vinha reverenciar, disse que tinha um parente que era médico em Osaka. Assim, através desta apresentação, foi solicitada a visita desse médico. Era uma pessoa chamada Magohei Mori. Através do atestado de óbito emitido por essa pessoa, foram realizados os trâmites legais, mas foi realmente um problema atrás do outro.

A seguir, vamos falar a respeito dessas circunstâncias seguindo o “Relato da História da Tenrikyo”.

“Todos solicitaram a Narazo Hirano para voltar a Koriyama a fim de contratar um fotógrafo. Ficou decidido que, no dia 27 de manhã, na casa de repouso, seria tirada uma fotografia de Oyassama ainda deitada em seu leito, de modo a guardar essa imagem.”

De modo que veio um fotógrafo chamado Honda, de Koriyama, que tirou a foto de Oyassama em seu descanso eterno.

Temos duas fotografias desta oportunidade: uma tirada de frente do seu rosto e outra tirada por detrás da cabeça. No entanto, na conversa com o Sr. Takai dias atrás (5 de fevereiro de 1936), ele disse:

“Deve haver uma foto em que a Omassa, filha de Oyassama, está empurrando por trás e levantando Oyassama. Lembro-me que Omassa estava assim, agachada, e diziam: ‘ainda dá para ver, ainda dá para ver’, e ela se agachou ainda mais, tentando se esconder.”

Quando lhe disse que não há nenhuma foto assim, ele disse:

“Estou certo de que Omassa a estava segurando... No entanto, se não há nenhuma foto assim, pode ser que não tenha ficado boa e desistiram...”

Assim ele disse.

Ainda, aproveitando a presença do fotógrafo, foi tirada uma foto de recordação das pessoas presentes, como o venerável Sr. Izo, o meu pai, os mediadores, os chefes de irmandade e outros.

“Na hora de ir embora, o fotógrafo foi revistado nu para que não levasse consigo nenhuma foto”.

Quando o Sr. Takai disse isso, perguntei-lhe: “Como fizeram a revelação das fotos?”

“Fizemos com que tudo fosse feito na Residência. Na hora de ir embora, ele não levou nada.”

Acredito que seja verdade que os negativos foram todos comprados e retidos, mas 
creio que há espaço para investigar se, na época, era possível fazer revelações fotográficas na Sede.

Durante esses seis dias, o corpo permaneceu no ataúde com a tampa aberta. Não apenas não exalava qualquer mau odor, mas seu rosto permanecia corado, como se ainda estivesse viva, e era como se dormisse tranquilamente, com a fisionomia denotando um pequeno sorriso.

Todos os dias, era grande o número de visitantes que vinham reverenciar. Por outro lado, estavam sendo feitos os preparativos para o funeral e as reuniões eram realizadas repetidamente. Embora o tempo e o sentimento tendessem a ficar anuviados, seguiram-se dias atarefados, um após outro.

“O tempo estava nublado até o dia anterior ao funeral, mas, no dia, o tempo abriu e ficou claro. (...)” (As circunstâncias da ocasião do falecimento da reveladora)

Assim, o dia 30 de janeiro do calendário lunar, era a véspera do funeral e houve a cerimônia de banhar o corpo.

“No dia 30 de janeiro, acordei às três horas da madrugada para aquecer a água e o corpo da Oyassama foi colocado na banheira. Nessa oportunidade, as pessoas que se encarregaram foram o Sr. Nakayama, o Sr. Kajimoto, o Sr. Maegawa, o Sr. Izo Iburi, a Sra. Hissa Yamazawa e a Sra. Massae Iburi. Ela foi deitada em seu leito e depois, colocada dentro do ataúde. Eu também ajudei a colocá-la dentro do ataúde segurando-a pelas costas e, desde então, ela não pôde mais ser vista pelos visitantes.” (Diário de Massuno, 1887)

De acordo com este texto, foi feita a solicitação para que ela tomasse seu último banho e depois, ela foi colocada no ataúde, após o que, imagina-se, as pessoas não puderam mais vê-la.

Em “As circunstâncias”, está escrito que a tampa do ataúde permaneceu aberta, mas segundo o Sr. Iburi, ele diz se lembrar que o pai, Sr. Izo, fixou o último prego. Segundo este registro, imagina-se que ela foi colocada pela primeira vez no ataúde no dia 30. Dessa forma, pode-se pensar também que, durante esses seis dias, ela permaneceu a maior parte do tempo em seu leito.

Ao ler estas poucas páginas, percebemos a quantidade de dificuldades que as pessoas naquela época passaram. E as dificuldades não pararam por ai, houve muitas intervenções para fazer o enterro. Mas essa parte vou deixar para que vocês leiam no livro.

Mas o mais importante do que eu quero falar nesta grande cerimônia, é que graças aos precursores que passaram por inúmeras dificuldades, que nem imaginaríamos, é que existe o caminho de hoje.

E não esquecer que a Oyassama dedicou longos 50 anos de sua vida para nos fazer entender que o Serviço Sagrado é a rememoração da criação dos homens, sendo assim, praticando, estamos renascendo em vida, nos livrando de toda a má predestinação para que possamos alcançar a vida plena de alegria e felicidade.

Muito obrigado 

Jose Katsumi Ishii

Neste mês teremos o Gakuseikai; o Encontro infantojuvenil, o Tsudoi; o Curso de doutrina; o Shuyokai. Vamos o quanto antes realizar os cursos para sempre elevarmos a 
nossa evolução espiritual.

Hinokishin Geral de final de ano

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