Bom dia a todos.
Gostaria de agradecer a presença de todos na Grande Cerimônia de outubro que relembra a Revelação de Deus-Parens em Oyassama no dia 26 de outubro de 1838. E faz relembrar também o marco da criação dos homens a 900.100.183 anos atrás.
Hoje gostaria de comentar sobre
o episódio 142, SER PEQUENO É PROMISSOR.
Foi um fato ocorrido no tempo em que Guenjiro Fukaya
estava propagando a fé em vários locais e promovendo a salvação, cada vez mais
entusiasmado em difundir de qualquer maneira este excelente ensinamento.
Nessa época, ele não
tinha mais roupas, nem carvão e muito menos o alimento do dia, se não recebesse
a graça de Deus-Parens; todavia, conduzia à Residência sem um mínimo sinal de
desânimo. Então, Oyassama dizia-lhe
frequentemente:
“Ser pequeno é promissor. Ser pequeno não deve ser motivo de insatisfação. Das coisas pequenas é que as virtudes se acumulam e tudo se torna grande. O pinheiro também teve a sua época em que foi pequeno. Tenha prazer nas coisas pequenas. No futuro, surgirão grandes brotos.”
Para qualquer pessoa, o
início do caminho da salvação é estreito e pequeno. Entretanto, durante a
caminhada, não se deve reclamar. Se passar com prazer, no futuro abrirá um
amplo, surgindo grandes brotos.
Esse episódio é a
continuação do episódio que comentei no mês passado, “Do nó também corta-se o
broto”. Após receber a autorização de Oyassama em constituir uma irmandade, ele
disse a Oyassama “Nós cinco, seguiremos Deus, aconteça o que acontecer”. Se não fosse esta forte determinação, ao
não ter mais roupas, nem carvão e muito menos o alimento do dia, creio não
seria fácil se animar nos momentos de dificuldades.
E neste episódio a Oyassama o acolheu mais ainda falando, “Ser pequeno é promissor. Tenha prazer nas coisas pequenas. No futuro, surgirão grandes brotos.”
Já experimentei passar
por dias sem ter dinheiro, muitas vezes na loja não tínhamos o dinheiro para pagar a conta de um boleto vencido,
que já estava prestes a ser protestado. Então até o último minuto antes de fechar o cartório esperávamos fazer uma
venda para que pudéssemos pagar as contas.
Mas creio que isso é bem
menos sofrido do que o “não ter alimento do dia”.
E a situação de Guenjiro não deve ter sido nada fácil.
Na pandemia encontramos muitas famílias nesta situação. Sendo assim, a Associação Yonomotokai realizou uma campanha de arrecadação de alimentos, e se conhecerem pessoas nesta situação gostaria que ajudassem a distribuir estes alimentos.
Mudando
de assunto, gostaria de falar um pouco sobre o nascimento dos meus filhos.
Na época do nascimento do meu primeiro
filho, chegamos ao hospital, e a secretária estava preenchendo os dados no
computador, e uma das perguntas era: Qual é a sua religião?
Eu respondi bem devagarinho para não ter precisar
repetir: Ten- ri-kyo.
“Não tem”, ela falou.
“Não é só escrever ai?” respondi.
E ela disse que era para eu escolher uma entre aquelas
que constava no computador. Então ela leu vários nomes, e acabei me tornando da
Seicho no ie.
Já pensou se é um nome? Qual é o seu nome? José. Não
tem. Escolhe um outro.
Como foi bem no nascimento do meu filho, pensei que
talvez Deus-Parens esteja me cutucando para não me esquecer da transmissão
vertical do ensinamento, de pai para filho. E também fazer mais salvação e
divulgação, para que todos do mundo possam conhecer os ensinamentos da
Tenrikyo.
O nosso desejo era de que o bebê nascesse de parto
normal, mas ele estava atrasado quase 20 dias, e como o batimento cardíaco do
bebê já estava bem acelerado, e não havia dilatação, o médico decidiu realizar
uma cesariana.
Logo que nasceu, o médico me chamou e me disse que o
bebê havia feito cocô e chegou a engolir, e que tentaram tirar o máximo do
pulmão, mas que o bebê teria que ficar de observação.
Naquele dia, na verdade nem fiquei muito preocupado,
mas na semana passada pesquisei sobre o assunto e
descobri que sempre há um milagre no nascimento de uma criança.
O assunto dizia: A situação se torna um
problema quando o trabalho de parto demora demais para acontecer. “A placenta envelhece e começa a faltar
oxigênio. O bebê entra em sofrimento fetal. Essa situação faz com que a criança relaxe e o ânus elimine o cocô. O que se chama de cocô, nesse caso, é, na verdade, o
mecônio, uma massa compacta, que bloqueia o intestino da criança para ele não
funcionar durante a gestação.”
Como
esse “cocô” fica solto no útero da mãe, o bebê pode aspirá-lo. Dentro do
pulmão, ele acaba formando uma camada oleosa, o que impede a natural troca de
ar. Por isso, é necessário, muitas vezes, que o bebê seja encaminhado para a
UTI, onde é entubado com oxigênio para auxiliar na respiração.
Lendo isto descobri que houve uma grande providência de Deus-Parens e também graças a permissão do parto feliz que havíamos recebido de Oyassama, em Jiba, não houve nenhum problema. Saber disso agora é como ter recebido um grande presente no passado e ter se esquecido de agradecer. Por isso, creio que em qualquer situação, devemos estar sempre agradecendo a Deus.
No nascimento do segundo filho, iríamos fazer da mesma
forma, pagando pelo parto no particular. Mas os meus pais solicitaram para que
fizéssemos o parto pelo SUS, oferendando o dinheiro que seria utilizado para o
parto.
Quando o primeiro filho nasce de cesariana, a
probabilidade dos outros filhos também nascerem de cesariana é bastante grande.
Se o parto é normal a recuperação da mãe é mais rápida. Portanto tínhamos o
desejo de que o parto fosse normal desta vez.
Quando o parto é pelo SUS, há vezes que estagiários
ficam observando para aprenderem, e perde-se um pouco de privacidade, mas mesmo
assim decidimos ouvir o pedido de nossos pais.
Acho que Deus aceitando o nosso espírito, o segundo
filho nasceu forte, e de parto normal, e desta vez sem se atrasar. E não
precisou comer cocô.
Mas na hora do cadastro, acabei me tornando um membro da Seicho-no-Ie, mais uma vez.
Os dois primeiros eram bem branquinhos quando nasceram, e eu e a Mieko éramos bem brancos quando pequenos, mas quando nasceu o Mitsuru, o meu terceiro filho, ele nasceu bem moreninho, tanto é que no documento dele constava como Pardo.
A história do nascimento deles, eles
nunca iriam saber se eu não as contasse. Somente quem esteve presente poderia
explicar exatamente como foi. E a criação original, Deus-Parens sabe exatamente
como e quando foi, por isso pode nos dizer com exatidão que foram há exatos
900.100.183 anos atrás, que nós seres humanos fomos criados.
E se pensarmos sobre como nascemos e como viemos sendo
educados até agora, podemos compreender sobre as dificuldades que os pais
passaram. E consequentemente entender o amor de Deus-Parens em nos criar e
proteger até os dias de hoje.
Há um verso na Escritura Divina que diz:
Para
iniciar o mundo inexistente,
Tsukihi (Deus) tem se dedicado gradualmente.
No panfleto deste ano
está escrito assim: “Há duas formas de viver a vida. Uma é acreditar que não
existe milagre. A outra é acreditar que todas as coisas são um milagre” (Albert
Einstein)
Enquanto que, para uns,
a evolução da vida é obra do acaso, para outros, é resultado de um milagre. E, de
acordo com o ensinamento da Tenrikyo, tudo está conforme a intenção de Deus.
Entendendo então o milagre que
vivemos todos os dias, é de se esperar que todos nós possamos salvar uns aos
outros, para retribuir a gratidão a Deus-Parens.
José Katsumi Ishii