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Fachada prevista do salão Espaço Tsu |
Muito bom dia a todos.
Agradeço a todos pela presença na
cerimônia mensal de novembro da Igreja Tsu Hakuryu.
Seguindo os episódios, hoje o tema é “Escolha de Caqui”, que fala sobre como era a Oyassama.
Era outono, época de caqui. Ossame
Massui levou uma bandeja cheia dessa fruta diante de Oyassama, que passou a
observar um e outro antes de pegar um deles. Vendo essa atitude, pensou: “Mesmo
Oyassama escolhe antes de pegar.” Entretanto, o que ela pegou foi o que lhe
pareceu ser o pior e ofereceu a bandeja com os caquis restantes para Ossame,
dizendo:
“Pegue um também.”
Vendo isso, comoveu-se: “É realmente
admirável, ela também escolhe, porém, sua escolha é diferente daquela que nós
fazemos. Ela pega o pior. Assim, é o seu amor maternal. Deixa os que parecem
deliciosos para que os filhos saboreiem.” Emocionada, ela aceitou um conforme
lhe foi dito. Oyassama também comeu o caqui que escolhera.
Ossame, profundamente impressionada, não esqueceu essa atitude de Oyassama por toda a vida.
Os seres humanos pensam muito em si
próprio, por isso sempre acaba escolhendo o melhor para si. Assim, deve-se
tomar cuidado para deixar o melhor para as outras pessoas.
Ossame é a esposa de Issaburo Massui, da famosa história do menino que foi até a residência de Oyassama solicitar a salvação de sua mãe por 3 vezes, onde nas duas primeiras vezes a Oyassama havia dito que não teria mais salvação. E na terceira, a Oyassama reconhecendo o esforço do filho disse: “O espírito do filho que se conduz à causa da mãe já sem esperança, desejando salvá-la de qualquer modo; isto é a sinceridade. Sendo sinceridade, Deus aceitará.” E a mãe foi salva.
Na Sede Missionária foi lançado um
livro chamado “A Régua do Céu”, que fala da vida de Izo Iburi. Ele foi a pessoa
que transmitiu as palavras de Deus-Parens após o ocultamento físico de
Oyassama, por longos 20 anos.
É um livro que aprendemos muito
sobre como deve ser o nosso espírito. E sugiro que todos tenham um exemplar em
mãos.
Sendo assim, hoje gostaria de comentar um pouco sobre a vida dele, deste grande mestre.
Izo Iburi vivia a alguns quilômetros
da residência de Oyassama. Certo dia, sua esposa, sofreu um aborto natural e as
sequelas causaram sérios problemas de saúde.
Ele saiu de casa e encontrou-se com
um amigo, que lhe perguntou:
- Onde você vai?
- Vou visitar um templo. –
respondeu.
- Não é preciso ir tão longe. Existe
uma deusa viva aqui perto.
E Izo escutou sobre Oyassama pela
primeira vez, e foi solicitar a salvação.
As primeiras palavras que Izo
recebeu de Oyassama foram:
“Eu a salvarei. Salvarei, mas, sendo
esta a primeira vez que ouve falar no Deus, Tenri-Ô-no-Mikoto, poderá ser
difícil acreditar.”
No instante em que recebeu as
palavras de Oyassama, Izo teve a convicção de que sua esposa seria salva. Em
seguida, ele recebeu três pacotinhos de oferenda abençoada. Voltando para casa,
deu à esposa, e ela sentiu-se bem melhor. Eles ficaram muito felizes, pois pela
tarde do segundo dia viu-se uma recuperação extraordinária. Assim, nesse mesmo
dia, Izo visitou a Residência três vezes para agradecer.
Cada vez que a esposa demonstrava
alguma recuperação, como quando recebeu a graça de poder ingerir alimentos ou
de poder sentar-se após um longo período acamada, Izo corria à Residência para
manifestar a sua gratidão. Embora a vila em que morava fosse próxima à
Residência, caminhar três vezes num dia não é algo que qualquer um faça.
Creio que isto seja a condição que nos leva à salvação, mas em primeiro lugar devemos acreditar, crer; em seguida, ao perceber um sinal de melhora, por mais pequeno que seja, devemos agradecer.
Tem um mestre que falou assim: Às
vezes, quando nos dedicamos à salvação de uma pessoa, solicitamos a Deus,
realizamos a dança dos Doze Hinos pela sua recuperação. Mas muitas vezes não
recebemos notícia alguma e ficamos preocupados. Depois de alguns dias ligamos
ao enfermo para saber sobre o seu estado. Ele atende, e diz:
- Ah, já estou bem, graças a Deus!
- Por que não me comunicou?
- Ah, desculpe por ter esquecido de
avisar.
Isso acontece muito.
Aconteceu algo parecido comigo,
quando a minha esposa teve câncer pela primeira vez. Nós pedimos ao Dendotyo
para colocar o nome dela no caderno de solicitação.
Na minha igreja o nome dela constou
no caderno por uns dois anos mais ou menos. E depois de ter recebido a graça,
tiramos o nome.
Certo dia, quando eu estava no
Dendotyo, ouvi o nome dela no serviço de solicitação.
Aquilo me deixou envergonhado, e me
senti como um mal filho que esquece de avisar os pais espirituais que,
preocupados, fazem o serviço para recebermos a graça. Pede para fazer a
solicitação a Deus, e depois que recebe a graça, nem se lembra de avisar as
pessoas preocupadas.
Então fizemos um envelope de agradecimento por todo este tempo, e comunicamos que até aquele momento já havia recebido a graça.
Como eu, há pessoas que nada dizem
em consideração aos que estavam preocupados. Porém, o mestre Izo Iburi
regressou três vezes à Residência em menos de 24 horas. Observando isso,
percebemos que a fé de Izo ultrapassava o comum. A esposa de Izo recebeu uma
graça instantânea, pois no terceiro dia já podia alimentar-se sem a ajuda de
materiais de apoio. Assim, logo depois de um tempo, o casal regressou à
Residência em visita de agradecimento.
Será que ele conseguia fazer isso porque era um super homem? Ele era uma pessoa comum, uma coisa que qualquer um tem condições de fazer, mas muitas vezes não faz.
Naquele momento, tanto Izo como sua
esposa já correspondiam plenamente ao coração de Oyassama. O sentimento de
gratidão é algo que não se manifesta com palavras. Nesse dia, quando o casal
regressou juntos pela primeira vez, Ossato expressou o desejo de fazer alguma
coisa em retribuição.
Sentir na pele as dívidas de gratidão é o fator primordial para se receber a graça. É o desejo de querer fazer alguma coisa em gratidão.
Transmite-se que o Izo Iburi teve de
Oyassama a seguinte instrução: “Quem se posiciona acima de cem pessoas deve
colocar o seu coração abaixo destas cem pessoas. Quem se posiciona acima de mil
pessoas deve colocar o coração abaixo destas mil pessoas”.
Significa que, por mais alta posição ou poder que tenha, deve se relacionar ao mesmo nível com sentimento de igualdade.
Esta frase eu ouvi pela primeira vez
da minha mãe quando eu era adolescente.
E lembro-me que esta frase me marcou muito, pelo seu peso.
Em dezembro de 2018, recebemos aqui
no Brasil, o descendente dele.
O reverendo Chikara Iburi é a quinta
geração descendente de Izo Iburi. É o tataraneto dele.
Ele veio ao Brasil quando era o
Diretor-Presidente da Associação Infantojuvenil da Sede Mundial.
Eu fui buscá-lo no aeroporto, e
trouxe-o para a minha igreja, pois a minha mãe tinha o desejo de conhecê-lo
pessoalmente porque ela havia estudado no colégio Tenri junto com o pai dele.
Como a minha mãe estava numa cadeira de rodas, depois de conversarem um pouco, ele logo ofereceu para fazer o ossazuke (a oração). O que me deixou muito contente pela sua humildade.
Viajando para a Sede Missionária em Bauru, no dia seguinte, perguntei se poderia falar algumas palavras na cerimônia de abertura do curso das bandas de koteki que aconteceria no dia seguinte, o que prontamente me atendeu. Muitas vezes ouvimos respostas como, “Amanhã? Poderia ter me falado antes.”
Naquele mês estávamos nos preparando
para o Tsudoi, o Encontro Infantojuvenil em Bauru, e estávamos tirando várias
fotos fantasiado de índio. Num momento alguém perguntou: “Será que o reverendo
Iburi também não tiraria uma foto fantasiado de índio?” Então resolvemos
perguntar.
E a resposta não foi “SIM”. A
resposta foi melhor que um sim. A resposta foi “Faço qualquer coisa”.
Isso demonstra muita humildade. Se
não há humildade, é muito difícil dar uma resposta assim.
Muitas vezes ouvimos a resposta do
tipo: Humm isso não. Ou, deixa eu pensar…
Mas quanta alegria sentimos ao ouvir uma resposta assim, “Pode me pedir o que for, faço qualquer coisa”.
Quando a Oyassama ensinou o estado
espiritual, “O seu coração deve estar abaixo de todos”, ao mestre Izo Iburi,
sobre a humildade, esse estado espiritual não ficou somente com ele.
Ele veio passando de geração em
geração, até chegar ao tataraneto atualmente. Sendo assim, percebemos a
importância de transmitir de geração em geração as coisas importantes do
ensinamento de Oyassama para que o futuro seja harmonioso com todas as pessoas do
mundo.
É exatamente por isso que devemos transmitir os ensinamentos para as gerações seguintes. Para que a vida plena de alegria e felicidade chegue o quanto antes. Pois, se eu transmito os ensinamentos para os filhos e netos, quando eu morrer e nascer novamente na família, eu possa saber os ensinamentos desde criança, e viver em harmonia com todos.
Agora algumas informações:
Em janeiro teremos o Shuyokai, o curso de formação
espiritual de 28 dias, para pessoas que têm acima de 17 anos, e que tenha o curso
de doutrina. O curso começa no dia 14 de janeiro e vai até o dia 10 de
fevereiro. O valor é de 500 reais.
No dia 7 terça feira teremos o treino da dança sagrada, e
este mês será o Hino II, a partir das 20:30h
No dia 15 feriado, pretendemos abrir um buraco aqui na área
dos antepassados para podermos tocar os instrumentos na cerimônia mensal sem
precisar dobrar a perna.
A partir de fevereiro do ano que vem gostaria de voltar a
fazer o rodízio das palestras da cerimônia mensal.
As pessoas que fizeram o Sazuke, a divulgação, gostaria que
me informassem a quantidade. Tenho falado isso desde há 3 meses antes, mas não
tenho recebido nenhuma informação, mas tenho a certeza de que estão fazendo,
apenas estão esquecendo de me informar.
Muito obrigado.