Visita de Doutrinação 03/11 |
Palestra ministrada pelo condutor da Igreja Mor, Reverendo Hatsuo Kubo, na Cerimônia Mensal de novembro da Igreja Tsu Hakuryu.
3 de novembro de 2024.
Bom dia a Todos. Gostaria de expressar a minha sincera gratidão a todos pela dedicação ao caminho que nos leva Vida Plena de Alegria e Felicidade, rumo aos 140 anos do Ocultamento Físico de Oyassama com os corações transbordantes de alegria.
E também, me sinto imensamente feliz pela realização de forma bastante animada e alegre, a Cerimônia Mensal de novembro. As minhas sinceras felicitações.
Nesta oportunidade, nesta visita de doutrinação da Igreja Mor, neste segundo ano do período que antecede os 140 anos do Ocultamento Físico de Oyassama, gostaria de explanar alguns dos meus pensamentos desta época que chamamos de “oportuna” dos três anos, mil dias.
Conto com a atenção de todos por alguns minutos.
A celebração dos 140 anos do Ocultamento Físico de Oyassama será realizada no dia 26 de janeiro do ano 189 da Revelação Divina (2026). E estamos no segundo ano destes 3 anos que antecede o decenário de Oyassama. Estamos exatamente no ápice deste período.
Em Jiba, todos nós com o espírito mais sincero possível, ouvimos através do Shimbashira as orientações da Instrução 4 em relação aos 140 anos do ocultamento físico de Oyassama. Desde então, cada um de nós com o intuito de atender o propósito do decenário de Oyassama viemos nos dedicando e esforçando numa evolução espiritual “não experimentada” até hoje.
À medida em que nos aproximamos do final do segundo ano, deste período dos três anos, mil dias, que vai se encerrar em 2 meses, embora sentindo muita gratidão por termos passado sem nenhum problema, acredito que a tarefa mais importante neste momento é, cada um se preparar para as etapas finais, ou seja para a conclusão desta evolução espiritual. Tudo isso para que possamos entrar com bastante ânimo no terceiro ano para trilhar o caminho deixado pela Oyassama.
No próximo ano, o último ano dos 3 anos, mil dias, acredito que é importante refletirmos se as nossas atitudes em relação ao caminho estão alinhadas com as intenções de Oyassama, e, pensar no que necessitamos para que consigamos evoluir espiritualmente.
Para isso, é importante refletir como foram os nossos passos até o momento, desde que ouvimos falar sobre o decenário de Oyassama. E pensar, com que sentimento a Oyassama está observando estes passos. Creio que o “refletir nestes passos” é o que está sendo esperado para que cada um faça neste momento.
Ao mesmo tempo, significa refletir quantas vezes conseguimos enxergar a Oyassama com os olhos do coração e também com o ouvido do coração.
Tendo em mente a verdade de que Oyassama, eternamente viva, está sempre preenchendo o nosso coração com seu amor maternal, não importando o país ou região em que vivemos, acredito que é necessário um grande esforço na intenção de entender a “Vida Modelo de Oyassama”.
Tendo em mente que Deus-Parens tem pressa no desejo de salvar toda humanidade, devemos trabalhar com firmeza, com o coração amplo, para retribuir este desejo. Acredito que esta é a atitude de fé que nos conduzirá a uma conclusão adequada da evolução espiritual.
Agora, mais do que nunca, é um momento essencial para relembrarmos mais uma vez, que a Oyassama encurtou 25 anos da vida natural no intuito de apressar a evolução espiritual dos seus queridos filhos.
E também acredito que o período do decenário de Oyassama é o “Período da Salvação”.
Acreditamos que a maravilhosa salvação através da realização do Serviço Sagrado e da ministração do Sazuke é prova real que Oyassama está presente e “Eternamente Viva”.
E acredito que a realidade da nossa fé, para nós que somos conduzidos através desta maravilhosa presença da Oyassama eternamente viva, é ouvir a sua voz através do ouvido do nosso coração.
Compartilhar este caminho com todos, com alegria e emoção da fé, as maravilhosas graças da salvação que nos são mostradas ao solicitarmos sinceramente, acredito que seja o real significado de celebrar o decenário de Oyassama, nesta gratificante época oportuna.
Nos Hinos Sagrados temos:
O íntimo de todos os corações do mundo reflete-se em mim como num espelho. (hino VI-3)
Ouvimos que o coração de todas as pessoas que vivem em quaisquer partes deste mundo reflete no coração da Oyassama.
Por exemplo, uma pessoa, para conseguir se enxergar utiliza um espelho. Um espelho refletirá o que está a sua frente, mas se utilizar dois espelhos, será possível enxergar a sua lateral e até a suas costas.
Refletindo sobre o gesto da Dança Sagrada, podemos interpretar como enxergar seu reflexo através de outro espelho. Em outras palavras, Oyassama nos enxerga por todos os ângulos. E isso nada mais é do que o reflexo da evolução espiritual do momento da época oportuna.
E toda vez que eu entoo essa frase, sinto que é uma coisa tranquilizante e feliz.
É nos ensinado que o espírito dos seres humanos é concedido por Deus-Parens. E sendo seu, as pessoas têm o livre arbítrio para usá-lo da forma que quiserem. Esse espírito é algo invisível aos olhos de outras pessoas. Além disso, as vozes do espírito de uma pessoa não podem ser ouvidas pelos ouvidos de outras pessoas.
Claro que, se estivermos próximo da pessoa podemos deduzir o que ela está pensando com base em suas palavras ou gestos, mas no geral, ninguém, além dela saberá o verdadeiro estado de espírito dessa pessoa.
Às vezes, por mais que nos esforcemos em fazer algo em prol a esta pessoa, podemos pôr fim não compreendê-las e até sermos incompreendidos. E quando nos deparamos com esta situação, por sermos seres humanos, acabamos sentindo frustração e pesar.
Mas, mesmo assim, está tudo bem. Pois, Oyassama está sempre do nosso lado e sabe de tudo que está acontecendo. E ela aceita toda a nossa sinceridade.
Entendendo isso, por mais que você sinta frustração, não há necessidade de ficar triste ou preocupado. Pois, graças ao Hino Sagrado podemos nos amparar na Oyassama eternamente viva com o espírito tranquilo sem preocupações de que algo que nos atinja.
Portanto, mesmo que você não consiga transmitir verdadeiramente o seu sentimento ao outro, não há necessidade de se preocupar porque Oyassama estará sempre nos protegendo.
Mudando de assunto, em abril do ano passado, no primeiro ano dos 3 anos, mil dias da celebração dos 140º anos do decenário de Oyassama, uma moça iniciou o Curso de Formação Espiritual – Shuyoka, em espanhol, em Jiba. Ela veio da Colômbia para a igreja mor exatamente nesta época oportuna, para aprender a língua japonesa e se aprofundar na fé do caminho, e, felizmente, pôde participar desse curso em Jiba, bem próximo de Oyassama.
Durante o terceiro mês deste curso, como representante da turma de espanhol, fez uma palestra numa apresentação de oratórias, e gostaria de compartilhar um trecho desta palestra.
“Nasci numa família muito alegre e amorosa, mas havia momentos em que era eu alvo de atitudes um pouco desagradáveis. Principalmente quando minha personalidade estava se formando, alguns da minha família me ridicularizavam e me olhavam com preconceito.
Muitas vezes, tentei falar que o comportamento deles me deixava triste, mas eles nem ligavam e diziam que era apenas uma brincadeira e nunca tentaram compreender que o que faziam era ofensivo e que me machucava. Com o tempo, por causa dos comentários que faziam sobre mim, tornei-me uma pessoa instável, sem autoestima, introvertida e solitária, sendo vista como uma pessoa estranha e antissocial.
Quando ficava sozinha em casa por um longo período, meus pensamentos negativos aumentavam e eu passava a me odiar, a ponto de ficar durante anos sem conseguir olhar no espelho. Cheguei a conseguir fazer algumas amizades, mas, quando a depressão progrediu, acabei tentando o suicídio.
Cerca de dois anos depois, ouvi de alguns amigos sobre o Centro de Missionamento da Igreja Tenrikyo da Colômbia. Então, num tempo livre, comecei a pesquisar sobre os ensinamentos de Tenrikyo e, quanto mais eu estudava, mais eu ficava interessada.
Hoje, sinto que fui guiada pela Oyassama, mas, à época, conheci a Igreja Mor através de uma amiga da minha mãe que frequenta a Tenrikyo.
Os mestres da igreja-mor, de forma acolhedora, para que eu pudesse fazer alguns cursos em Oyasato e aprender ainda mais sobre a doutrina e a cultura japonesa, sugeriram que eu prorrogasse a minha estadia no Japão e, com muita alegria, aceitei. Assim, decidi entrar no curso de formação espiritual.
No começo, foi difícil mudar o meu espírito, talvez por causa das cicatrizes emocionais profundas da época em que estive na Colômbia. Particularmente, entrei no curso para que eu pudesse melhorar, mas não tinha muita expectativa. Mas, graças aos professores, aos colegas e aos ensinamentos do caminho, aos poucos, comecei a sentir algumas mudanças. A interação com os outros e a forma de enxergar as coisas começaram a melhorar e, como seguidora do caminho, senti que comecei a evoluir espiritualmente, aumentando cada vez mais a vontade de aprender sobre os ensinamentos.
Ao ler os livros doutrinários e compartilhar várias experiências, diariamente e a todo momento, aprendia algo novo. Além disso, as pessoas ao meu redor começaram a notar mudanças em mim, demonstrando ser algo positivo e torcendo para que a minha evolução continuasse, o que me fez, apoiada nos ensinamentos de Deus-Parens, continuar caminhando nesta Jiba, onde nossa mãe Oyassama tem nos protegido, e reencontrar o sentido da vida.
Embora eu tenha conseguido alcançar meus próprios resultados ao longo do curso de formação espiritual, entendo que é difícil mudar a forma de pensar da minha família. O principal objetivo de ter vindo a este curso foi para que eu pudesse conseguir perdoar a minha família e para me fortalecer mentalmente e não me machucar mais. Parei de me preocupar com o que as pessoas pensavam de mim e percebi que eu precisava olhar mais para mim mesma, para que as pessoas me dessem mais valor. Pude ainda compreender sobre a proteção de Deus, entender o verdadeiro valor da vida, aprender a dar valor até às pequenas coisas e aprendi a sentir gratidão mesmo diante dos problemas da vida.
Graças à orientação de Deus-Parens, consegui melhorar meu espírito ainda que não o suficiente e, com base nos ensinamentos e juntamente com os irmãos de fé, rumo a vida plena de alegria, sinto que pude evoluir, tornando-me capaz de perdoar os outros e seguir em frente.
Dei o meu primeiro passo na fé na Tenrikyo, mas tenho consciência de que haverá ainda muitos testes pela frente. Como Oyassama disse: “Isto significa que a orientação terminou, mas que a prova não terminou. A prova é salvar o próximo para salvar a si mesmo.” Vamos ter que colocar em prática tudo que aprendemos, então precisamos preparar o espírito para realizar a salvação desde já.
Por outro lado, devemos saber que, em termos de prática e aprendizagem, o nosso trabalho como yoboku é constante, sem fim e diário. Portanto, devemos estar sempre com a mente aberta, estando ativamente dispostos a enxergar e aceitar as pessoas, bem como aprender sobre o ensinamento. Não há problemas em não saber e ou em errar. O que não podemos é deixar de buscar respostas para as dúvidas, evitar encarar as consequências ou deixarmos nos abater diante dos fracassos.
Oyassama, sabendo das nossas falhas, nos orienta calorosamente todos os dias. Portanto, vamos ser gratos pelos acertos e pelos erros. Todas essas coisas são feitas pela Oyassama para nos guiar para o melhor caminho.
Passei a sentir o amor de Oyassama através das pessoas que me levaram a Jiba e continuarei a segurar a mão de Oyassama com firmeza para que muitas pessoas no futuro sejam guiadas e possam também sentir o amor de Oyassama através de mim.
Estou realmente muito grata por ter vindo aqui em Jiba com todos vocês.
Para finalizar, gostaria de agradecer aos meus amigos da classe de espanhol. Tivemos alguns desentendimentos durante esses três meses, mas sinto que nos tornamos uma família feliz. Sou muito grata pelo apoio e confiança de todos da minha turma que riram e choraram comigo.
Obrigado, pude aprender muito com todos vocês. Espero que possam levar para casa não apenas o que aprenderam, mas também as lembranças. O mais importante é que Jiba é a nossa terra natal. Por termos os mesmos pais, por mais distantes que estejamos, sempre seremos como irmãos. Muito obrigado a todos por estes três meses.”
Dessa forma, nesta oratória, ela conseguiu falar o que havia vivenciado na oratória do curso de formação espiritual diante de outros cursistas com bastante confiança e segurança.
Lembrando de quando ela veio à Igreja Mor, era a primeira vez que tinha vindo ao Japão, e também numa igreja da Tenrikyo, e parecia um pouco nervosa, como se estivesse acuada com uma expressão séria e reservada, sem demonstrar qualquer abertura. E era uma pessoa que não conseguia expressar seus sentimentos na frente das pessoas.
No entanto, à medida que foi percebendo a sinceridade de todos na igreja, gradualmente começou a se abrir e, ao concluir o curso de formação espiritual em Jiba, mudou totalmente, tornando-se uma pessoa mais alegre, passando a se interagir com os outros de maneira calma e gentil. A evolução dela fez com que ela fosse capaz de falar com bastante confiança e honestidade sobre seus sentimentos diante de um grande grupo de pessoas.
Atualmente, ela está se dedicando firmemente em aprender os ensinamentos de Oyassama e a língua japonesa na Escola de Idiomas da Tenrikyo em Jiba, TLI, tendo como objetivo a sua própria evolução e para que, no futuro, possa praticar a divulgação e a salvação em seu país de origem.
A propósito, o ano que vem, será o último ano dos três anos, mil dias que antecedem os 140 anos de ocultamento físico de Oyassama e teremos o curso de formação espiritual na língua portuguesa, em Jiba, a partir de setembro. Sei que é um pouco difícil participar do curso de formação espiritual em Jiba por ser um local distante do Brasil. Mas, Oyassama, com certeza, aguarda o regresso de todos ansiosamente a Jiba.
Seria realmente de muita alegria se pudessem regressar a Jiba, do Brasil, nesta oportunidade única da vida para aprimorar o espírito e aprender sobre a vida modelo de Oyassama bem próximo dela.
Penso que a celebração dos 140 anos de ocultamento físico de Oyassama não deve ser por obrigação ou por mera formalidade. Devemos, cada qual com seu coração, celebrar desejando alegrar e tranquilizar Oyassama, eternamente viva. Então, a fé que devemos ter nesta época do decenário de Oyassama é almejar a evolução de forma ativa, e não fazendo somente o que é pedido, esforçando-se de corpo e alma para chegar o mais próximo possível do coração de Oyassama.
Ainda, ao esquecer-se de si e dedicando-se aos outros, Oyassama mostrará a maravilhosa proteção com seu amor maternal a qualquer hora e lugar.
Em outras palavras, acredito que esta época em que vivemos agora é o momento precioso de sentirmos profundamente o trabalho de Oyassama eternamente viva, olhando e ouvindo-a de perto com os olhos e o ouvido do coração.
À medida que nos aproximamos desta época oportuna, lembrando que Oyassama continua eternamente viva, gostaria que, mesmo diante de problemas e enfermidades que pareçam difíceis aos olhos das pessoas, se dedicassem com coragem na prática da divulgação, ministrando o Sazuke de coração. E ainda, praticando o Serviço Sagrado com os espíritos unidos, vamos trilhar este caminho, na esperança de alcançarmos o mundo de Vida Plena de Alegria o mais rápido possível.
Agradeço a atenção de todos e, assim, encerro a minha palestra.
Muito obrigado por me acompanharem até o final.
Visita de Doutrinação Igreja Tsu Suzano 30/10 |
Visita de Doutrinação Igreja Tsu Suzano 30/10 |
Kosha Matsuri na residência Nakamura 31/10 |
Despedida da família Yamada 11/11 |